A Importância do Setor de TI em uma Organização e como assegurar a sua Qualidade
Até pouco tempo restrita na área operacional das grandes empresas, ao longo de aproximadamente uma década o setor da Tecnologia da Informação tem conquistado um lugar cada vez mais representativo dentro das organizações. Tornando-se uma ferramenta tática e estratégica de inestimável valor para organizações de todos os tipos e portes, o setor responsável pela TI, quando bem gerido, é capaz de auxiliar na tomada de decisões, diminuir as incertezas, atenuar os riscos inerentes ao negócio, minimizar custos, e até aumentar a produtividade, entre outros benefícios importantíssimos na eterna busca de se manter relevante em uma era globalizada e extremamente competitiva.
Toda esse ganho de representatividade estratégica, no entanto, teve um impacto no perfil dos profissionais que atuam na área de TI. Antes dedicados a desempenhar tarefas específicas envolvendo o desenvolvimento, suporte e manutenção dos sistemas de apoio operacional, atualmente têm-se observado uma extensa ramificação de especializações, todas visando atender às demandas específicas de uma empresa.
Essas especializações não são poucas. Para obter vantagens competitivas, por exemplo, as organizações precisam cada vez mais de informações que sejam pertinentes aos seus negócios. Esses informações geralmente são obtidas por meio dos profissionais dedicados na engenharia de dados, que buscam, em meio a um grande conjunto de dados, desenvolver algoritmos que sejam capazes de transformá-los em informações valiosas para prestar um valioso auxílio na tomada de decisões.
Contudo, de pouco valeria investir nesses profissionais caso outro aspecto não fosse cuidadosamente observado: o da segurança da informação. Sem poder assegurar que os dados usados como insumos estão íntegros e protegidos do uso e da manipulação por pessoas não autorizadas, o risco de produzirem informações incorretas anularia qualquer esforço realizado pelos engenheiros de dados. Ou seja, os profissionais encarregados na segurança da informação desempenham um papel de grande relevância dentro das organizações, garantindo a disponibilidade dos dados e a sua integridade, aspectos tão importantes nesses tempos em que a presença de ataques cibernéticos estão atuando incansavelmente.
Além dessas duas áreas específicas, temos ainda outras de igual relevância estratégica, e por mais vantajoso que seja tê-los em operação dentro de um organização, adotá-los pode não ser uma tarefa trivial. Representando um alto custo para ser implementado, é esperado que bons resultados sejam obtidos em tempo hábil para justificar o investimento, o que nem sempre ocorre devido à escassez de profissionais devidamente capacitados para desempenhar essas funções.
Como o mercado de TI é tradicionalmente dinâmico, o profissional que deseja atuar nessa área precisa se manter constantemente atualizado. O diploma de uma faculdade, que é uma instituição de grande importância por ser responsável pela formação de sua base profissional, nem sempre irá garantir que as habilidades exigidas por um cargo sejam plenamente alcançadas. Diante desse impasse, qual, então, seria uma possível solução para aumentar a qualidade dos serviços de TI?
Uma solução seria investir cada vez mais na capacitação desses profissionais. As empresas, na busca por preencher vagas cuja mão de obra qualificada esteja escassa, precisam investir para formar uma força de trabalho de excelência. E algumas já têm se dedicado a isso.
Seja por meio de cursos promovidos dentro das próprias empresas, ou através de parcerias com instituições de ensino com tradição na sua área, no Brasil temos alguns exemplos dessa iniciativa, como a que tem sido promovida em Petrópolis. Com uma grande deficiência de profissionais capacitados na região, algumas empresas fizeram parceria com a Firjan e o Sinditec (Sindicato da Industria Eletrônica, de Informática, de Telecomunicações, de Produção de Software, de Produção de Hardware, de Produção de Produtos Eletrônicos e Componentes do Estado do Rio de Janeiro), objetivando preencher os seus quadros com profissionais altamente qualificados e treinados. A iniciativa tem dado certo, tanto que, a partir desse ano (2020), há uma previsão de capacitar mais de 140 profissionais.
Com isso, podemos concluir que, embora haja uma falta de mão de obra especializada para atender alguns setores de TI, e que acaba se traduzindo em problemas de qualidade, a solução sempre está no investimento da educação especializada. Com a sua aplicação, todos terão a ganhar.
Artigo escrito por Eduardo Stuart para um trabalho acadêmico da disciplina Governança Corporativa em TI, ministrada para o curso de Sistemas de Informação da Universidade Veiga de Almeida. Originalmente publicado em 11 de abril de 2020.
